A GRAVIDEZ VIRGINAL DE MARIA
Oi, leitores.
A proposta deste estudo NÃO é discutir FÉ, mas APENAS o conteúdo do texto bíblico; a questão da FÉ é pessoal.
Neste estudo, serão abordados: (a) a tradução de Isaías 7:14, (b) a interpretação de Isaías 7:14, (c) a questão "jovem" ou "virgem", (d) a gravidez virginal de Maria, (e) um pouco sobre manuscritos, (f) uma reflexão sobre "milagres" e o "sobrenatural", (g) uma reflexão sobre a "veracidade dos relatos", por exemplo, o caso de Constantino e (h) a questão da genealogia, por exemplo, o caso de Jeconias.
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1. Primeiramente, vejamos uma tradução mais “literal” das seguintes passagens:
MATEUS 1:22,23 - 22. Isso tudo, pois, aconteceu para COMPLETAR (“PLEROO” G4137) aquilo dito pelo Senhor pelo profeta, dizendo: (23) Veja, a VIRGEM (“PARTHENOS” G3933) no ventre conceberá e dará à luz um filho e chamarão o nome dele Emanuel, que é traduzido Deus conosco. (Texto Interlinear)
ISAÍAS 7:14 - 14. Então dará Ele, o Senhor, a vocês um sinal: veja, a JOVEM (“ALMAH” H5959) (está) GRÁVIDA (“HARAH” H2030) e dará à luz ("YALAD" H3205) um filho e chamará seu nome Emanuel. (Texto Interlinear)
***Essa tradução "mais literal" de Isaías é bem parecida com a tradução da Bíblia de Jerusalém, que diz: "eis que a jovem está grávida e dará à luz um filho...(Isaías 7:14)".
***Gramaticalmente, o verbo "yalad" está no tronco "QAL", que expressa ações simples; e no aspecto "Particípio Ativo", que representa ações contínuas no presente e no passado ou uma ação futura que está a ponto de acontecer (ver análise gramatical)
COMO ENTENDER “ISAÍAS 7:14”
2. No tempo do rei Acaz – rei de JUDÁ – a SÍRIA e ISRAEL atacaram a capital de JUDÁ, Jerusalém (Isaías 7:1); informaram ao rei Acaz que a SÍRIA havia acampado em Efraim e, com isso, Acaz ficou abalado (Isaías 7:2), mas Deus ordenou que o profeta Isaías dissesse a Acaz que se acalmasse (Isaías 7:3,4);
3. Deus disse a Acaz que lhe pedisse um SINAL (Isaías 7:10), mas Acaz não pediu; então Isaías disse que Deus daria um SINAL, dizendo que a JOVEM “grávida” daria à luz um filho, o qual se chamaria Emanuel (Isaías 7:14) e esse filho comeria coalhada e mel, até que soubesse rejeitar o erro e escolher o que é certo (Isaías 7:15), mas, antes disso, a terra dos dois reis – da SÍRIA e de ISRAEL – ficaria deserta (Isaías 7:16); Acaz pediu ajuda ao rei da ASSÍRIA (2Reis 16:7-9), mas, depois, a ASSÍRIA acabou atacando a JUDÁ (Isaías 8:7,8); entende-se que o menino comeria coalhada e mel, em vez de produtos agrícolas, por causa da devastação que a ASSÍRIA causou em Israel (Isaías 7:20-25).
4. ***Para quem tem como base de FÉ “apenas” o Antigo Testamento – a questão da FÉ é pessoal – entenderá que a profecia de Isaías 7:14 se cumpriu totalmente na época do rei Acaz. Perceba que “não” há “nada” explícito nessa passagem, dizendo quem seria essa JOVEM e seu filho. O curioso é que o texto de Isaías 7:14 fala de um SINAL, mas "não" explica o que seria esse SINAL! Quando se fala sobre "sinal", pensa-se em algo fora do comum! E por que o fato de uma jovem engravidar seria considerado como algo fora do comum? A não ser, por exemplo, que tal jovem fosse estéril. Essa questão fica em aberto!
5. ***Para quem tem como base de FÉ “também” o Novo Testamento (inteiro), inclusive a passagem em Mateus 1:22,23 – a questão da FÉ é pessoal – entenderá que a profecia de Isaías 7:14 se cumpriu "parcialmente" na época do rei Acaz, MAS teve um cumprimento "completo" com o nascimento de Jesus; esse entendimento é assim, por causa da passagem em Mateus 1:22,23, que diz: “(22). Isso tudo, pois, aconteceu para COMPLETAR (“PLEROO” G4137) aquilo dito pelo Senhor, pelo profeta, dizendo: (23) Veja, a VIRGEM (“PARTHENOS” G3933) no ventre conceberá e dará à luz um filho e chamarão o nome dele Emanuel, que é traduzido Deus conosco (Mateus 1:22,23)”.
6. Quanto à passagem em Mateus 1:22,23, tradicionalmente, o verbo grego “PLEROO (G4137)” é traduzido por “cumprir”, MAS é importante observar que esse verbo grego tem o sentido de “COMPLETAR”, "encher" (FONTE: Concordância de James Strong); um outro exemplo é a passagem em Mateus 5:17, na qual o verbo grego "pleroo" também aparece, o qual é "tradicionalmente" traduzido por "cumprir", mas tem o sentido de "completar" (BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD); veja que a Bíblia de Jerusalém, em Mateus 5:17, traduz o verbo "pleroo" assim: "...não vim revogá-los, mas dar-lhes PLENO cumprimento (Mateus 5:17)." (BÍBLIA DE JERUSALÉM); ainda, sobre Mateus 5:17, o comentário da Bíblia de Estudo NVI interpreta o "veio para cumprir", dizendo que Jesus veio dar o significado PLENO da Lei (BÍBLIA DE ESTUDO NVI).
“JOVEM GRÁVIDA” OU “VIRGEM”?
7. Em Isaías 7:14, no texto hebraico, encontramos a palavra "ALMAH" (H5959) e no texto grego (da Septuaginta), encontramos a palavra "PARTHENOS" (G3933); em Mateus 1:23, no texto grego, encontramos a palavra "PARTHENOS" (G3933) e na Peshita, encontramos a palavra "BETULAH" (H1330).
(a) A palavra ALMAH (H2443) significa JOVEM, sem definir se é virgem ou não, ou seja, pode se referir a uma jovem virgem (Gênesis 24:43);
(b) A palavra BETULAH (H1330) pode se referir a uma mulher VIRGEM (Gênesis 24:16) e pode também se referir a uma mulher não virgem (Joel 1:8).
(c) A palavra "PARTHENOS" (G3933), embora, “a princípio”, tenha o sentido de VIRGEM, a passagem em Gênesis 34:1-3 – na tradução grega da Septuaginta – mostra que “parthenos” pode ter um sentido diferente, pois é dito que Siquém havia estuprado Diná (Gênesis 34:1,2), mas, depois do estupro, Siquém amou a moça (Gênesis 34:3), querendo se casar com ela (Gênesis 34:4); nessa passagem, vemos que, mesmo após o estupro, o texto ainda chama Diná de "parthenos".
8. CONCLUSÃO: Essas palavras – "almah", "betulah", "parthenos" – EM SI, "não" nos dizem, com EXATIDÃO, se determinada JOVEM (ou mulher em geral) é ainda VIRGEM ou não! Só o contexto pode dizer!
9. A passagem em Mateus 1:23, EM SI, "não" é uma base "inequívoca", para dizermos que Maria teve uma “gravidez virginal”, pois há quem possa sugerir que a “relação sexual” estaria IMPLÍCITA nessa frase; assim, o entendimento dessa frase poderia ser “a virgem – após ter relação sexual, obviamente – engravidará”. Nesse entendimento, poderíamos dizer que toda virgem fértil pode engravidar de um homem fértil, “obviamente”, após uma relação sexual.
A GRAVIDEZ VIRGINAL DE MARIA
10. A gravidez virginal de Maria é afirmada, de forma inequívoca, em Mateus 1:18, que diz que “antes que se unissem, achou-se grávida do Espírito Santo” e, em Mateus 1:25, que diz que “não a conheceu até que desse à luz”, ou seja, MESMO QUE a frase de Mateus 1:23 fosse “a jovem grávida dará à luz”, MESMO ASSIM, são os trechos de Mateus 1:18 e Mateus 1:25 (e até Lucas 1:34,35) que garantem a ideia de “gravidez virginal”. Tais passagens são atestadas pelos manuscritos mais antigos; o Papiro 1, datado de 200 d.C., está bem fragmentado – eu coloquei as partes danificadas ou ilegíveis entre parênteses – mas, mesmo assim, é possível ler boa parte de Mateus 1:18; veja a seguir:
Linha 12 → De CJ (g)era(ções) [1:18] de, aliás, JC, o nasci-
Linha 13 → mento assim foi: (de)s(p)osada m-
Linha 14 → ãe dele, M(aria) de (Jo)sé, antes de jun-
Linha 15 → (a)r(e)m-s(e), (achou-se) no (v)entre grávida.
***Veja mais detalhes sobre Mateus 1:18 no Papiro 1 neste "link".
A QUESTÃO DOS MILAGRES E DO SOBRENATURAL
11. O que seria aquilo que as pessoas chamam de “milagre” e de "sobrenatural"? Seria uma interferência nas leis da física, ou seria algo que segue as leis da física, porém não decifrado pela ciência? Essa questão fica em aberto!
12. Às vezes, na TV, ouvimos falar de “fenômenos” chamados de “sobrenaturais”, tais como (a) levitação, (b) telecinese, (c) telepatia, (d) premonição, (e) curas sem explicação médica, (f) alguns agroglifos (crop circles), (g) experiência de quase morte (EQM), (h) livramentos, etc. Esses fenômenos “não” existem? Nunca existiram? Ou, se existem/existiram, como a ciência os explica?
13. Se, na idade média (século V ao XV), alguém dissesse que, no futuro, as pessoas iriam (a) voar em uma máquina de um país a outro, (b) que iriam conversar com pessoas de outro país, através de um aparelho e (c) que iriam duplicar animais, sem fazê-los cruzar, diriam que tal pessoa estaria “louca”. Para as pessoas de hoje, o avião, o celular, a TV, a internet e a clonagem são algo comum, uma realidade!
14. E quanto ao nosso futuro? O que será que haverá no futuro que, para nós, seria inacreditável? Será que haverá (a) viagens tripuladas intergalácticas à velocidade da luz, (b) teletransporte, (c) viagem no tempo, ao menos, para visualizar, (d) máquina de comunicação com animais? E quanto ao mundo antigo, séculos antes de Cristo? Será que não havia coisas que, para nós são inacreditáveis, mas que, para eles era comum, normal?
15. Para quem “crê” nos diversos milagres (e no sobrenatural) do Antigo Testamento, por exemplo, o caso de SARA, a qual era estéril (Gênesis 11:30), mas Deus fez com que ela, na velhice, engravidasse (Gênesis 17:15-19), POR QUE uma “gravidez virginal” seria considerada como algo impossível?
16. Considerando que Deus fez com que EVA proviesse de uma única pessoa (ADÃO), sem sexo envolvido – a questão da FÉ é pessoal – e que até os “cientistas” conseguem, por meio de clonagem, fazer com que um animal provenha de um único animal, sem sexo envolvido, POR QUE seria considerado impossível Deus ter feito com que JESUS proviesse de uma única pessoa (MARIA)?
17. Há quem creia no sobrenatural do ANTIGO Testamento, mas que dizem que a gravidez virginal de Maria é um MITO e, além disso, um mito "copiado" de outras culturas (Hórus, Mitra, Krishna, etc); embora, cientificamente, NÃO seja possível "provar" que o relato da gravidez virginal de Maria seja um "fato verídico", também NÃO é possível "provar" que seja um MITO, nem que seja "mito copiado"! Veja que, para quem crê no Antigo Testamento – como eu –, de forma geral, entenderá que o LIVRO DE DEUS (Êxodo 32:32,33), a Assembleia de Deus entre os deuses (Salmos 81:1) e o DILÚVIO (Gênesis 7:6) "não" são MITOS, mas, para quem "não" acredita no Antigo Testamento, poderá dizer que esses três relatos são MITOS copiados de outras culturas!
***Cientificamente, NÃO há como "provar" nem que sim, nem que não, mas apenas levantar hipóteses! Para quem crê, não há como "provar", pois é só uma questão de FÉ, que é pessoal!
QUANTO À VERACIDADE DOS RELATOS
18. Há quem, embora tenha uma “boa confiança” nos relatos do Antigo Testamento (em hebraico), quanto ao Novo Testamento, colocam “muito descrédito”, alegando que o imperador romano Constantino teria mandado alterar o Novo Testamento e alegando que bispos também fizeram alterações, conforme previsto em 2Pedro 2:3. Mas será que esses falsos mestres de 2Pedro 2:3 chegariam a alterar o texto do Novo Testamento, ou apenas ensinariam errado?
19. Considerando Constantino como suspeito, pelo fato de ser imperador e idólatra, o que dizer então de Salomão, o qual era rei de Israel (2Crônicas 9:30,31) e também idólatra (1Reis 11:4-8)? Teria Salomão alterado parte do Antigo Testamento? O Antigo Testamento até fala de sacerdotes que ensinavam por lucro e de profetas que profetizavam por dinheiro (Miqueias 3:11)! O Antigo Testamento até fala de alguns escribas JUDEUS (Jeremias 8:1) que estavam adulterando a Escritura, pois "a caneta (pena)" deles era "falsa", ou seja, tais "escribas judeus" estavam usando "a caneta (pena)" para "escrever" coisas falsas (Jeremias 8:8)!
20. Cientificamente, a “existência” de manuscritos – ou de documentos modernos – é algo que pode ser VERIFICÁVEL – pois é visível e palpável – MAS a “veracidade” dos relatos contidos em tais documentos – antigos ou modernos – sempre entrará na categoria de QUESTIONÁVEL.
21. Assim, até relatos modernos entrariam nessa categoria de “questionável”, tais como, relatórios (a) políticos, (b) governamentais, (c) jornalísticos, (d) publicitários, (e) jurídicos, (f) empresariais e até (g) artigos acadêmicos, inclusive a própria História ensinada na universidade!
22. Há quem diga que, pelo fato de só haver manuscritos bíblicos que são "cópias" dos originais, por isso, o conteúdo desses manuscritos-cópia "não" são confiáveis! De fato, "não" há como "provar" que tais relatos, de fato, são verídicos! Mesmo que os manuscritos fossem originais, não haveria como provar isso! Mas também "não" há, cientificamente falando, como provar que "não" sejam verídicos! Pode-se apenas levantar hipóteses! Veja que toda a história antiga ensinada nas universidades (Platão, Aristóteles, etc) "não" possuem originais, mas sim dependem de cópias!
23. Embora – cientificamente falando – todo “relato” seja “questionável”, quanto a “mandamentos, orientações e conselhos”, estão na categoria de “verificável”, pois basta praticá-los, para saber se são verdade ou não.
24. Uma vez que “relatos” sempre entram na categoria de “questionável”, não há como afirmarmos, de forma inquestionável, indubitável, nem que sejam verídicos, nem que sejam falsos! Uma “afirmação inquestionável” exigiria provas inquestionáveis, coisa impossível, pois não estávamos lá para “verificar” e, mesmo que estivéssemos, não haveria como coletar tais provas e apresentá-las! Por outro lado, uma “afirmação hipotética” exigiria apenas provas hipotéticas!
JECONIAS E ZOROBABEL
25. Na genealogia de Jesus em Mateus (Mateus 1:1), vemos que JECONIAS gerou Salatiel e Salatiel gerou ZOROBABEL (Mateus 1:12).
26. Em 1Crônicas 17:11-14, há uma profecia dizendo que Deus escolheria um dos filhos de DAVI (1Crônicas 17:11), o qual se assentaria no TRONO para sempre (1Crônicas 17:12), e Deus seria seu Pai e Ele seria seu Filho (1Crônicas 17:13) e seu reinado seria para sempre (1Crônicas 17:14); o Novo Testamento interpreta que essa profecia se refere a Jesus Cristo (Hebreus 1:5 – Lucas 1:32,33).
27. Em JEREMIAS, é dito que, SE Jeconias FOSSE o anel de selar do Senhor, o Senhor o arrancaria, veja: “Vivo eu, diz o Senhor que, SE “fosse” JECONIAS, filho de Jeoaquim, rei de Judá, o anel de selar, na minha mão direita, pois dali (eu) arrancaria. (Jeremias 22:24)”.
28. Observe que esse texto NÃO diz que JECONIAS era o anel de selar do Senhor, mas apenas mostra uma frase hipotética (SE Jeconias FOSSE). Também é dito que Deus havia dito que JECONIAS (Joaquim) era desprezível (Jeremias 22:28) e que NENHUM descendente de JECONIAS se assentaria no trono de Davi (Jeremias 22:30).
JECONIAS LIVRE DA BABILÔNIA
29. Nabucodonosor, rei da Babilônia (2Reis 24:10), prendeu JECONIAS (Joaquim), os líderes, os soldados e os artesãos e os levou para a Babilônia (2Reis 24:12-16); após 37 anos preso, o novo rei da Babilônia – Evil Merodaque – libertou JECONIAS (Joaquim) e foi bem tratado pelo rei da Babilônia (2Reis 25:27-30).
*Pergunta: O fato de JECONIAS ter sido liberto da Babilônia significa que Deus tivesse “voltado atrás”, com relação ao que disse, que NENHUM descendente de JECONIAS se assentaria no trono de Davi (Jeremias 22:30)? Resposta: O texto NÃO diz que, com isso, Deus havia voltado atrás.
ZOROBABEL SERIA O ANEL DE SELAR DO SENHOR
30. Deus prometeu que ZOROBABEL – descendente de Jeconias – seria Seu anel de selar (de Deus), veja: “Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, (eu) tomarei você, ZOROBABEL, filho de Salatiel, meu servo, diz o Senhor, colocarei você como uma anel de selar, pois você (eu) escolhi, diz o Senhor dos exércitos. (Ageu 2:23)”.
*Pergunta: O fato de Deus ter dito isso a Zorobabel significa que Deus tivesse “voltado atrás”, com relação ao que disse, que NENHUM descendente de JECONIAS se assentaria no trono de Davi (Jeremias 22:30)? O texto NÃO diz que, com isso, Deus havia voltado atrás. Veja que ZOROBABEL "não" foi "rei", foi apenas governador de Judá (Ageu 1:1).
A GENEALOGIA DE JESUS
31. No Novo Testamento, encontramos duas genealogias de Jesus: uma em Mateus e outra em Lucas:
(a) A genealogia de JESUS em Mateus (Mateus 1:1) menciona o nome de quatro mulheres, com seus respectivos maridos: Tamar, Raabe, Rute e Maria; a genealogia em Mateus segue a fórmula "A gerou B, B gerou C, C gerou D", mas, quando chega a Jesus, essa fórmula NÃO é usada, dizendo: "Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus (Mateus 1:16)"; a genealogia em Mateus é "explicitamente" de José (Mateus 1:16). Na genealogia em Mateus, observa-se que, na linhagem “sanguínea” de JOSÉ está DAVI, SALOMÃO e JECONIAS, do qual “nenhum” descendente poderia se assentar no trono de Davi (Jeremias 22:30), ou seja, Jesus “não” poderia assumir “sanguineamente” o trono de Davi, por meio dessa genealogia!
(b) A genealogia em Lucas NÃO menciona o nome de nenhuma mulher; a genealogia em Lucas segue a fórmula "A de B, de C, de D", mas essa fórmula NÃO é usada com Jesus; no texto grego, o nome "José" aparece apenas "uma" vez e a palavra "filho" também aparece apenas "uma" vez; o texto grego diz: "sendo FILHO, assim suposto de JOSÉ, de Heli, de Matã...(Lucas 3:23,24)";
32. Esse é o motivo para entender que existe a possibilidade de a genealogia em Lucas ser, IMPLICITAMENTE, de Maria! Por meio dessa genealogia, Jesus poderia assumir “sanguineamente” o TRONO de seu reino, que não é desse mundo (João 18:36)!
33. Mas também existe a possibilidade de a genealogia em Lucas ser também de José, pensando da seguinte forma, por exemplo: SE, por exemplo, HELI e JACÓ fossem irmãos por "parte de mãe" e, SE "HELI" tivesse "morrido", sem deixar filhos, JACÓ teria que cumprir o mandamento do cunhalato (levirato), tendo que se casar com a viúva (Deuteronômio 25:5,6); assim, JACÓ com a viúva do irmão (HELI) teria gerado JOSÉ, o qual seria filho "sanguíneo (biológico)" de JACÓ, porém seria filho de HELI, "segundo a Lei". Mesmo assim, pelo fato de Deus ter dito que de JECONIAS “nenhum” descendente poderia se assentar no trono de Davi (Jeremias 22:30), Jesus NÃO poderia herdar o TRONO de Davi pela genealogia em Mateus, MAS, pela genealogia em Lucas, seria uma possibilidade!
NATÃ NÃO TEVE FILHOS?
34. Há quem diga que NATÃ "não" teve filhos e, por isso, dizem que a genealogia em LUCAS está errada! MAS baseado em quê? Onde está escrito que Natã "não" teve filhos? Diga o livro, o capítulo e os versículos, por gentileza.
UM LEVITA SÓ PODIA SE CASAR COM LEVITA?
35. Pergunta: Onde está escrito que alguém da tribo de Levi só podia se casar com alguém da mesma tribo (de Levi)? Diga o livro, o capítulo e os versículos, por gentileza.
36. Considerando que alguém da tribo de Levi só poderia se casar com alguém da mesma tribo (de Levi), assim sendo, SE Maria fosse "levita", então Maria não poderia se casar com José, que era da tribo de Judá. Mas no Antigo Testamento não existe nenhum mandamento proibindo casamentos em tribos diferentes.
37. Em Números 36:8, é dito que toda mulher que possuir algum "patrimônio" em terras israelitas deveria se casar apenas com alguém da mesma tribo de seu pai, a fim de que cada família conservasse seu patrimônio (Números 36:2-9). MAS veja que se trata "apenas" de mulheres "com patrimônio, com posses".
38. Veja que Arão era da tribo de LEVI (Êxodo 6:16-20) e Arão se casou com Eliseba (filha de Abinadabe) (Êxodo 6:23); Eliseba era da tribo de JUDÁ e sabemos disso, pois seu irmão Naasom (filho de Abinadabe) era da tribo de JUDÁ (Números 2:3) de onde nasceu o rei Davi (Rute 20:22), o qual era da tribo de JUDÁ (1Samuel 17:12 - Mateus 1:1-6)
MARIA ERA DA TRIBO DE JUDÁ OU DE LEVI?
39. Embora Isabel, prima de Maria (Lucas 1:36), fosse da tribo de Levi (Lucas 1:5), isso "não" significa que Maria teria que ser da mesma tribo que Isabel (tribo de Levi); a obrigação de a mulher se casar na mesma tribo que seus pais era "apenas" para as mulheres que tinham "posses", MAS veja que Maria "não" tinha posses; Maria e José eram pobres; veja que eles (Maria e José) ofereceram sacrifício de pobre (Lucas 2:22-24)(Levítico 12:8)! Se Maria "fosse" da tribo de Levi, ela (Maria) "não" teria nenhuma proibição da Lei de se casar com José, o qual era da tribo de Judá, pois Maria "não" tinha posses!
Pergunta: De qual tribo Maria pertencia?
40. A genealogia em Lucas, EM SI, "não" é uma base "inequívoca", para dizermos que Maria era da tribo de JUDÁ, pois, quanto às duas genealogias, existe a possibilidade de a genealogia em Lucas ser de José também, conforme visto anteriormente!
MARIA ERA DA TRIBO DE JUDÁ
41. ***A informação de que Maria era da tribo de JUDÁ é afirmada, de forma inequívoca, em Lucas 1:30-35. MESMO QUE a genealogia em Lucas "fosse" de José, MESMO ASSIM, é o trecho em Lucas 1:30-35 que garante que Maria era da tribo de JUDÁ, pois, (a) considerando que o filho (Jesus) gerado em Maria herdaria o trono de Davi (Lucas 1:32) e (b) considerando que esse filho (Jesus) gerado nela (Maria) proveio “apenas” dela (de Maria) (Lucas 1:34), LOGO conclui-se que Maria era da tribo de JUDÁ. A questão da FÉ é pessoal.
Veja as genealogias:
42. As genealogias de Mateus e Lucas seguem juntas até o rei Davi (Mateus 1:2-6)(Lucas 3:32-34):
(Mateus 1:2-6) (Lucas 3:32-34) ABRAÃO → Isaque → Jacó → Judá (com Tamar) → Perez → Esrom → Arão → Aminadabe → Naassom → Salmom/Salá (com Raabe) → Boaz (com Rute) → Obede → Jessé → DAVI
43. Depois de DAVI, as genealogias se separam nos filhos de Davi: (a) SALOMÃO (Mateus 1:6) e (b) NATÃ (Lucas 3:31):
(Mateus 1:6-16) DAVI (com a mulher de Urias) → Salomão → Roboão → Abias → Asa → Josafá → Jorão → Uzias → Jotão → Acaz → Ezequias → Manassés → Amom → Josias → JECONIAS → Salatiel → Zorobabel → Abiúde → Eliaquim → Azor → Zadoque → Aquim → Eliúde → Eleazar → Matate → Jacó → José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus.
(Lucas 3:23-31) DAVI → Natã → Matatá → Mená → Meleá → Eliaquim → Jonã → José → Judá → Simeão → Levi → Matã → Jorim → Eliézer → Josué → Er → Elmedã → Cosã → Adi → Melqui → Neri → Salatiel → Zorobabel → Resá → Joanã → Jodá → José → Semei → Matatias → Maate → Nagaí → Esli → Naum → Amós → Matatias → José → Janai → Melqui → Levi → Matã → Heli → (?) → Jesus.
44. Somente a genealogia em Lucas registra os antecedentes de ABRAÃO.
(Lucas 3:34-38) Adão → Sete → Enos → Cainã → Maleleel → Jarete → Enoque → Matusalém → Lameque → Noé → Sem → Arfaxade → Cainã → Salá → Eber → Faleque → Ragaú → Seruque → Nacor → Terá → ABRAÃO
A QUESTÃO DOS NOMES IGUAIS
45. Comparando as duas genealogias, percebemos que há "pessoas diferentes", porém com o mesmo nome, por exemplo: Zorobabel (filho de Salatiel, filho de Jeconias) (Mt 1:12) e Zorobabel (filho de Salatiel, filho de Neri) (Lc 3:27); embora em 1Crônicas registre “Zorobabel, filho de Pedaías” (1Crônicas 3:19), em outras passagens, registra-se “Zorobabel, filho de Sealtiel” (Esdras 3:2 – Esdras 3:8 – Neemias 12:1 – Ageu 1:12 – Ageu 1:14 – Ageu 2:23).
46. Sugerem-se duas possibilidades: (a) Pedaías talvez tivesse falecido, sem filhos, e Sealtiel, conforme o mandamento do "levirato (cunhalado)" (Dt 25:5), tivesse assumido a mulher de seu irmão falecido, e foi chamado de "pai de Zorobabel", o qual também foi chamado de "Filho de Pedaías", (b) ou, talvez, tanto Sealtiel como seu irmão Pedaías tiveram filhos com o mesmo nome Zorobabel: "Zorobabel, filho de Sealtiel" e "Zorobabel, filho de Pedaías", ou seja, duas pessoas diferentes, que seriam primos, mas que teriam o mesmo nome; Um fato que reforça a idéia de que foram pessoas diferentes é que o Zorobabel, Filho de Sealtiel, teve um filho chamado ABIÚDE (registrado em Mt 1:13), enquanto o Zorobabel, filho de Pedaías, TEVE FILHOS COM OUTROS NOMES (1 Crônicas 3:19,20).
47. Embora, no Antigo Testamento, as traduções geralmente digam “Selá, filho de Arfaxade” (Gn 10:24 – Gn 11:12-14 – 1Cr 1:17), os manuscritos mais antigos – da Septuaginta e do Mar Morto – registram o nome Cainã; assim, entende-se do porque Lucas registra “Selá, filho de Cainã, filho de Arfaxade” (Lucas 3:36).
48. Há quem diga que Jesus foi um "bastardo" (Deuteronômio 32:2), isto é, Maria teria adulterado, MAS isso "não" faz sentido, pois Maria "não" era casada ainda, quando ficou grávida de Jesus. E Jesus "não" era bastardo, pois, para ser considerado um "bastardo", é necessário que esse "bastardo" tivesse tido um pai biológico, MAS, para quem acredita no Novo Testamento, Jesus "não" teve pai biológico. A questão de FÉ é pessoal.
49. Há quem diga que, assim como Deus fez Adão e Eva da terra, deveria ter feito Jesus da terra também, em vez de engravidar Maria; MAS todos nós (o nosso corpo carnal), inclusive Jesus (o corpo carnal de Jesus), fomos feitos da terra (Eclesiastes 12:7); até a ciência sabe que os elementos que compõem o corpo dos seres vivos são elementos provenientes da terra.