Existe Consciência Após a Morte?
→ O objetivo deste diálogo é (1) expor a forma como entendo, (2) ser auxiliado na detecção de erros ou equívocos e (3) tentar entender outros pontos de vista.
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1. Mencione o número do tópico do qual você discorda.
2. Explique, usando argumentos lógicos.
3. Fundamente o seu entendimento, com referências bíblicas (livro, capítulo e versículo).
4. Use um comentário curto e objetivo, com palavras simples, fácil de entender, a medida do possível.
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EXISTE CONSCIÊNCIA APÓS A MORTE, SEGUNDO A BÍBLIA?
1. Lendo o Antigo Testamento, a princípio, entende-se que não existe consciência após a morte física (Salmos 6:4 – Salmos 115:17 – Eclesiastes 9:5).
2. Lendo o Novo Testamento, a princípio, entende-se que existe consciência após a morte física (Lucas 16:22-31).
COMO ENTENDER ESTA APARENTE CONTRADIÇÃO?
3. A fim de tentar “amenizar” essa questão, (a) vamos considerar tanto aquilo que o texto diz quanto aquilo que o texto não diz e (b) em vez de usarmos os termos“alma” e “espírito”, vamos usar os termos hebraicos e gregos, de acordo com os manuscritos.
A FORMAÇÃO DO HOMEM
4. Segundo o Antigo Testamento, o homem tornou-se NEPHESH/PSICHE vivente (sopro vivente), quando recebeu de Deus o NESHAMAH/PNOE de vida (respiração de vida) (Gênesis 2:7);
5. Quando o homem morre, entende-se que o homem deixa de ser um NEPHESH vivente (Salmos 6:4,5), pois o corpo físico (pó) se separa do RUACH/PNEUMA (Eclesiastes 12:7)
PERGUNTAS REFLEXIVAS
6. O NESHAMAH/PNOE que o homem recebeu e o RUACH/PNEUMA que volta para Deus são dois elementos diferentes ou são o mesmo elemento? → O Antigo Testamento NÃO diz nem que sim nem que não!
7. O NESHAMAH/PNOE não tem consciência, nem quando o corpo físico está vivo, nem quando o corpo físico está morto? → O Antigo Testamento NÃO diz nem que sim nem que não!
8. O RUACH/PNEUMA não tem consciência, nem quando o corpo físico está vivo, nem quando o corpo físico está morto? → O Antigo Testamento NÃO diz nem que sim nem que não!
9. Embora a palavra hebraica “ruach” signifique“vento”, entende-se que o "RUACH humano” NÃO pode ser "um vento literal", da mesma forma que o "RUACH de Deus” NÃO pode ser "um vento literal", uma vez que o “RUACH de Deus” está presente até no SHEOL (túmulo) (Salmos 139:7-10).
O QUE DIZ O ANTIGO TESTAMENTO?
10. Embora, ao ler o Antigo Testamento, a princípio, entenda-se que não existe consciência após a morte, no meio cristão e judaico, há pessoas que entendem o seguinte: com relação às passagens que falam de não consciência após a morte, existe a possibilidade de tais passagens estarem apenas falando sobre o corpo físico que, obviamente, após morrer, não terá mais consciência nenhuma (Salmos 6:4 – Salmos 115:17 – Eclesiastes 9:5) e há passagens que usam a expressão “reunir-se com os antepassados” que dá uma idéia implícita de consciência após a morte (Números 20:26 - Números 31:1,2 - Deuteronômio 31:16 - Deuteronômio 32:50 - Gênesis 15:15 - 1Crônicas 17:11 - 2Samuel 12:23). Algumas passagens dão a entender que o espírito da pessoa não volta, para se comunicar com os vivos (Jó 7:9,10 – 2Samuel 12:23).
11. A princípio, a palavra hebraica “sheol” significa “sepultura”(Gênesis 37:35) e, normalmente, quem desce ao “sheol (sepultura)” não retorna mais para a casa (Jó 7:9,10), mas Deus pode fazer a pessoa subir do “sheol” (1Samuel 2:6 – Salmos 30:3); em Salmos, é dito que a pessoa é recebida por Deus (Salmos 49:15), na glória (Salmos 73:24,25), dando a entender que existe uma consciência da pessoa após a morte física.
O QUE DIZ O NOVO TESTAMENTO?
12. Ao ler o Novo Testamento e mais, especificamente, a passagem em Lucas 16:22-31, entende-se que existe consciência após a morte; mas, no meio cristão, há pessoas que entendem que, embora Jesus tivesse contado algo, falando sobre consciência após a morte física, mesmo assim, na verdade, tal consciência após a morte física não existe! O problema desse entendimento é o seguinte: POR QUE Jesus iria contar algo, falando sobre consciência após a morte física, SE tal consciência não existisse?
O HADES – O SHEOL (LUCAS 16:22-31)
13. De acordo com a passagem de Lucas 16:22-31, entende-se que, quando as pessoas morrem, elas vão para o HADES (Lucas 16:23 – Atos 2:27);
14. REFLEXÃO: Embora a palavra grega HADES tenha equivalência à palavra hebraica SHEOL (compare At 2:27 com Sl 16:10) – significando TÚMULO – devemos considerar que (a) a passagem em Lucas 16:22-31 fala sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte do corpo e (b) a própria palavra HADES significa literalmente“não-visto (invisível)”.
15. PERGUNTA REFLEXIVA
(a) Jesus teria usado o termo HADES apenas para expressar que as pessoas, ao morrerem, vão para o TÚMULO?
(b) Jesus teria usado o termo HADES, com um sentido “a mais”, ao falar sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte?
16. SEM entrar na questão de SE o sentido é literal ou não, o fato é que está escrito que, quando as pessoas vão para o HADES, há dois destinos:
(a) Algumas pessoas vão para um LUGAR DE TORMENTO (topon tes basanou) (Lucas 16:28– Lucas 16:25);
(b) Algumas pessoas vão para um “lugar de consolo” (Lucas 16:25), conhecido como SEIO DE ABRAÃO (kolpon tou abraam), ou seja, junto a Abraão, ao lado de Abraão (Lucas 16:22), onde serão consolados (parakaleo) (Lucas 16:25); entende-se que essa ideia de SEIO DE ABRAÃO (junto a Abraão) seja expressa, no Antigo Testamento, na expressão "reunidos com os antepassados", que, segundo o entendimento de alguns, dá uma ideia IMPLÍCITA de consciência após a morte (Números 20:26 - Deuteronômio 31:16 - Deuteronômio 32:50 - Gênesis 15:15).
Seio de Abraão (= junto a Abraão) → “kolpon tou abraam” (G2859 – G11);
Consolar → parakaleo (G3870)
Lugar de tormento → “topon tes basanou” (G5117 – G931)
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O HADES – O SHEOL (LUCAS 16:22-31)
3. De acordo com a passagem de Lucas 16:22-31, entende-se que, quando as pessoas morrem, elas vão para o HADES (Lucas 16:23 – Atos 2:27);
4. REFLEXÃO: Embora a palavra grega HADES tenha equivalência à palavra hebraica SHEOL (compare At 2:27 com Sl 16:10) – significando TÚMULO – devemos considerar que (a) a passagem em Lucas 16:22-31 fala sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte do corpo e (b) a própria palavra HADES significa literalmente “não-visto (invisível)”.
5. PERGUNTA REFLEXIVA
(a) Jesus teria usado o termo HADES apenas para expressar que as pessoas, ao morrerem, vão para o TÚMULO?
(b) Jesus teria usado o termo HADES, com um sentido “a mais”, ao falar sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte?
6. SEM entrar na questão de SE o sentido é literal ou não, o fato é que está escrito que, quando as pessoas vão para o HADES, há dois destinos:
(a) Algumas pessoas vão para um LUGAR DE TORMENTO (topon tes basanou) (Lucas 16:28 – Lucas 16:25);
(b) Algumas pessoas vão para um “lugar de consolo” (Lucas 16:25), conhecido como SEIO DE ABRAÃO (kolpon tou abraam), ou seja, junto a Abraão, ao lado de Abraão (Lucas 16:22), onde serão consolados (parakaleo) (Lucas 16:25); entende-se que essa ideia de SEIO DE ABRAÃO (junto a Abraão) seja expressa, no Antigo Testamento, na expressão "reunidos com os antepassados", que, segundo o entendimento de alguns, dá uma ideia IMPLÍCITA de consciência após a morte (Números 20:26 - Deuteronômio 31:16 - Deuteronômio 32:50 - Gênesis 15:15).
Seio de Abraão (= junto a Abraão) → “kolpon tou abraam” (G2859 – G11);
Consolar → parakaleo (G3870)
Lugar de tormento → “topon tes basanou” (G5117 – G931)
4. PERGUNTA REFLEXIVA
Essa passagem em Lucas 16:22-31 é uma parábola? RESPOSTA: O texto NÃO diz que seja uma parábola, mas, mesmo que seja uma parábola, POR QUE Jesus contaria uma parábola, na qual fala-se sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte física, SE tal consciência não existisse? Independente de “se é literal” ou “figurado”, o fato é que a passagem em Lucas 16:22-31 fala sobre uma CONSCIÊNCIA após a morte física;
A FORMAÇÃO DO HOMEM
O homem passou a ser um NEPHESH vivente, quando recebeu de Deus a NESHAMAH de vida.
Quando a pessoa morre, tal pessoa deixa de ser um NEPHESH vivente, pois o corpo carnal (PÓ) se separa do RUAKH!
PERGUNTAS REFLEXIVAS:
(a) A NESHAMAH seria diferente do RUAKH? Se sim, a NESHAMAH não tem consciência?
(b) O
(b) Embora o Antigo Testamento NÃO diga que a NESHAMAH e o RUAKH tenham consciência - seja quando o corpo da pessoa está vivo ou não - é importante considerar que também NÃO diz que não tenha tal consciência.
Embora a palavra hebraica “ruakh” signifique “vento”, entende-se que o "RUAKH humano” NÃO pode ser "um vento literal", da mesma forma que o "RUAKH de Deus” NÃO pode ser "um vento literal", uma vez que o “RUAKH de Deus” está presente até no SHEOL (túmulo) (Salmos 139:7-10).
QUANDO O EX-LADRÃO ESTEVE COM CRISTO NO PARAÍSO?
1. Mesmo, considerando que a interpretação CORRETA seja “lhe digo hoje: “comigo (você) estará no paraíso” (Lucas 23:43), MESMO assim, temos a seguinte questão: QUANDO o ex-ladrão estaria com Jesus no paraíso?
2. Devemos considerar que, segundo Eclesiastes, quando a pessoa morre, o espírito volta para Deus (Eclesiastes 12:7) e devemos considerar que Jesus, ao morrer, entregou o Espírito dele ao Pai (Lucas 23:46).
1. De acordo com o Novo Testamento, tanto o PNEUMA de Deus quanto o PNEUMA humano têm CONSCIÊNCIA; veja:
(a) Deus é PNEUMA/RUACH (João 4:24 – Atos 5:3,4) e tem consciência, pois sabe (1Coríntios 2:10), se entristece (Efésios 4:30), intercede por nós (Romanos 8:26-27), tem vontade (1Coríntios 12:7-11), consola (João 14:16-26 – João 15:26).
(b) O PNEUMA humano tem consciência, pois sabe sobre as coisas humanas (1Coríntios 2:11); NÃO há NENHUMA passagem que diga que o RUACH/PNEUMA humano não tenha consciência.
2. Entende-se que, quando Jesus e o ex-ladrão morreram, o PNEUMA/RUACH deles VOLTOU para Deus (Eclesiastes 12:7 – Lucas 23:46); entende-se que, quando Jesus, após a ressurreição, disse que não havia ido ainda ao Pai, significa que ele (Jesus) não havia subido com corpo ressurreto (João 20:17).
3. Mesmo, considerando que a interpretação CORRETA seja “lhe digo hoje: “comigo (você) estará no paraíso”, MESMO assim, temos a seguinte questão: QUANDO o ex-ladrão estaria com Jesus no paraíso? Imediatamente, após a morte, uma vez que o RUACH/PNEUMA volta para Deus (Eclesiastes 12:7)? Ou, somente, quando Cristo viesse ao reino, reino que já estava entre eles (Lucas 7:20-25)?
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1. REFLEXÃO: De fato, quanto maior a quantidade de citações sobre o mesmo assunto ou sobre o mesmo termo, em diferentes escritos, mais fortalecido tal assunto ou termo será e vice-versa.
Considerando que o assunto sobre a consciência após a morte só aparece em uma única passagem e que o termo “seio de Abraão” só aparece uma única vez em toda a Bíblia, certamente, esse assunto fica enfraquecido, porém a possibilidade de ser “legítimo” NÃO é anulada!
(a) Existe a possibilidade de um assunto ser MUITO citado em DIVERSAS passagens em DIVERSOS escritos, porém NÃO LEGÍTIMO.
(b) Existe a possibilidade de, mesmo havendo várias passagens e vários escritos, um assunto ser mencionado apenas UMA única vez e, mesmo assim, ser LEGÍTIMO.
2. PERGUNTA: Considerando que Abraão morreu antes de Moisés, COMO Abraão teria informações sobre Moisés e os profetas? RESPOSTA: A passagem NÃO explica isso; APENAS diz que Abraão tinha essa informação.
3. PERGUNTA: Abraão tinha informação TOTAL (100%) sobre tudo o que se passa no mundo dos vivos? RESPOSTA: A passagem NÃO diz que Abraão tinha informação TOTAL (100%) sobre o mundo dos vivos, APENAS diz que Abraão tinha algumas informações sobre Moisés, sobre os profetas, sobre a riqueza “do rico” e sobre a miséria de Lázaro.
4. PERGUNTA: Como Abraão obteve tais informações sobre Moisés, sobre os profetas, sobre a riqueza “do rico” e sobre a miséria de Lázaro? RESPOSTA: A passagem NÃO informa como Abraão obteve tal informação, APENAS afirma que Abraão tinha tal informação.
5. PERGUNTA: Como poderia alguém beber “água” após a morte? RESPOSTA: Entende-se que, para relatar “verdades” sobre uma realidade diferente da nossa realidade aqui na terra, seja necessário usar elementos do nosso mundo e, assim sendo, pode-se entender que não seja uma água literal, mas sim “algo que dá alívio”, assim como se pode entender que não seja um “fogo literal”, mas sim “algo que causa tormento”. RESUMINDO: Eu reconheço que a passagem em Lucas 16:22-31 seja ENFRAQUECIDA pelo fato de ocorrer apenas uma única vez, porém eu não anulo a possibilidade de tal assunto ser legítimo!