1. As "variantes textuais" que "não" são atestadas nos manuscritos mais antigos são entendidas como "adições". Pergunta: O que dizer diante disso? Resposta: Como "geralmente" o conteúdo presente nessas "adições" também se encontra em outras passagens, as quais são "atestadas" nos manuscritos mais antigos, com isso, entende-se que um dos propósitos de tais "adições" seja "repetir e realçar" aquilo que já foi mencionado em outra passagem.
2. Os mais relevantes trechos, os quais são entendidos como "adições", são os seguintes:
***Embora esses trechos "não" sejam atestados pelos manuscritos mais antigos, observa-se que, em tais trechos, "não" há nada que contradiga as demais passagens.
(a) O Final de Marcos (Marcos 16:9-20) (veja detalhes);
(b) A Mulher Adúltera (João 7:53-8 - João 8:11) (veja detalhes);
(c) Demônios que só saem com jejum (Mateus 17:21) (veja detalhes);
(d) Os três são um (1João 5:7,8) (veja detalhes);
(e) O tanque de Betesda (João 5:3,4) (veja detalhes);
(f) O cântico dos anjos (Lucas 2:14) (veja detalhes);
(g) Pois teu é o reino, o poder e a glória (Mateus 6:13) (veja detalhes);
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3. Veja outros trechos considerados como "adições".
MARCOS 1:1 → O trecho "filho de Deus" não é atestado nos manuscritos mais antigos; harmoniza-se com Marcos 1:11, Marcos 3:11, Marcos 5:7, e Marcos 15:39.
LUCAS 9:55,56 → harmoniza-se com Lucas 19:10 (João 3:17).
LUCAS 23:17 → harmoniza-se com Mateus 27:15 e Marcos 15:6
JOÃO 1:34 → O trecho "filho" não é atestado nos manuscritos mais antigos; harmoniza-se com Marcos 1:11, Marcos 3:11, Marcos 5:7, e Marcos 15:39.
JOÃO 6:47 → O trecho "em mim" não é atestado nos manuscritos mais antigos; harmoniza-se com João 14:1.
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O Final de Marcos (Marcos 16:9-20)
Marcos 16:9-20
9. E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios (Lucas 8:2).
10. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando.
11. E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram.
12. E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo (Lucas 24:13-35).
13. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram.
14. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado (1Coríntios 15:5).
15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Mateus 28:19).
16. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (João 3:18 - João 3:36).
17. E estes sinais seguirão aos que crerem (Atos 5:12 - Romanos 15:19): Em meu nome expulsarão os demônios (Lucas 10:17); falarão novas línguas (Atos 2:4);
18. Pegarão nas serpentes (Atos 28:3-6); e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum (é possível estar implícito em Atos 5:12); e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão (Tiago 5:14).
19. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus (Atos 1:2,3 - Lucas 9:51 - Lucas 24:52).
20. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram (Hebreus 2:4). Amém. (Volte ao topo)
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(b) A Mulher Adúltera (João 7:53-8 - João 8:11)
Embora passagem "não" seja atestada pelos manuscritos mais antigos, podemos perceber que a "essência" dessa passagem está de acordo com os ensinamentos de Jesus; essa passagem "não" contradiz as outras passagens; veja a seguir.
A ESSÊNCIA → A essência dessa passagem é mostrar que TODOS nós (100%) somos pecadores e que a "pena de morte" pode ser aplicada por quem, "hipoteticamente", não seja pecador! Essa "essência" pode ser observada nas passagens em MATEUS 7:1-3 e Lucas 6:36-38, que dizem que devemos ser MISERICORDIOSOS (Lucas 6:36), que "não" devemos JULGAR, para não sermos julgados (Lucas 6:37 - Mateus 7:1), que "não" devemos CONDENAR, para não sermos condenados (Lucas 6:37), pois, com a mesma MEDIDA com que nós medimos, nós seremos medidos (Lucas 6:38 - Mateus 7:2), com o mesmo JUÍZO com que julgarmos, nós seremos julgados (Mateus 7:2).
HÁ CONTRADIÇÕES? → Há quem diga que tal passagem contém contradições! Alega-se que (a) no templo - pátio externo - "não" havia areia, (b) no templo - pátio externo - "não" se podia aplicar a pena de morte, (c) "não" se podia apresentar apenas a mulher, (d) Jesus "não" teria se levantado diante dos idosos! Veja a seguir:
(a) Embora, no pátio do templo, "não" fosse um lugar onde devesse haver "areia" ou "terra", será que "não" havia nenhuma possibilidade de ter um pouquinho de "areia/terra" lá naquele pátio do templo, por algum motivo desconhecido? Talvez alguma pequena reforma? Ou alguém que tivesse derramado um pouco de areia/terra, sem querer? Ou o chão sempre estava bem varrido, sem nenhuma possibilidade de ter alguma areia/terra por ali? Considerando que naquele local havia "comerciantes" e que havia entrado até idolatria, por que devemos "descartar" a possibilidade de haver alguma areia/terra ocasional naquela ocasião?
(b) Segundo a LEI do Antigo Testamento, quem poderia apedrejar? Onde deveria ocorrer tal apedrejamento? O Antigo Testamento define isso? "Não"! ONDE nessa passagem é dito que os acusadores queriam apedrejar lá no pátio do templo? ONDE nessa passagem é dito que os fariseus também participariam do apedrejamento? Sobre a questão de um "fariseu" não poder "apedrejar", podemos SUPOR que aqueles fariseus só estivessem lá para fazer a denúncia e pegarem Jesus em alguma contradição!
A passagem nem diz que os acusadores iriam fazer o apedrejamento ali! O texto nem diz que os acusadores estavam com pedras nas mãos! Poderíamos SUPOR que eles estivessem querendo "ouvir" o que Jesus iria dizer, para depois apedrejar em outro lugar! Poderíamos SUPOR que Jesus havia dito "atire a primeira pedra" não para que eles "hipoteticamente" fizessem isso exatamente ali no pátio do templo, mas sim que "hipoteticamente" fizessem isso no momento e local em que O SUPOSTO apedrejamento tivesse que acontecer.
Mesmo que os judeus não tivessem autorização romana para apedrejar, podemos SUPOR que os acusadores foram falar com Jesus só para testá-lo. A passagem diz que os acusadores queriam testar Jesus!
(c) ONDE nessa passagem é dito que só estava presente a adúltera? O fato de o adúltero não ser mencionado não significa necessariamente que ele não estivesse lá.
(d) Jesus, a fim de cumprir a Lei, certamente, teria que se levantar diante de um idoso (Levítico 19:32).
1. Mesmo considerando a passagem em João (João 8:1-11) como não legítima, mesmo assim, essa passagem não confirma que Jesus não tivesse se levantado diante de idosos! Veja:
2. Primeiramente, Jesus estava sentado (grego: "KATHIZO" G2523), ensinando (João 8:2) e, em seguida, os escribas e fariseus chegam até Jesus (João 8:3); é possível que Jesus tivesse se levantado, porque, logo após os escribas e fariseus terem questionado a Jesus, a fim de testá-lo, Jesus se inclinou (grego: "KYPTO" G2955) e começou a escrever na terra (grego: "GE" G1093) (João 8:6) e, depois, Jesus se levantou (grego "ANAKYPTO" G352) (João 8:7) e, depois, Jesus NOVAMENTE (grego: "PALIN" G3825) se inclinou (grego: "KYPTO" G2955) (João 8:8).
3. REFLEXÃO: (a) Jesus continuou sentado e se inclinou, ou (b) Jesus estava sentado, se levantou e depois se inclinou? Não se pode descartar as duas possibilidades, uma vez que nos versículos 7 e 8 é dito que Jesus se levantou e novamente se inclinou.
4. Também devemos considerar que os MAIS VELHOS (grego: "PRESBYTEROS" G4245) (João 8:9) NÃO significam necessariamente "idosos", pois, na parábola do filho esbanjador (pródigo), o filho mais novo (o esbanjador) é o NEOTEROS e o filho MAIS VELHO é o PRESBÍTEROS e perceba que o filho MAIS VELHO (PRESBITEROS), obviamente, NÃO era idoso/ancião AINDA (Lucas 15:25)! (Volte ao topo)
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(c) Demônios que só saem com jejum (Mateus 17:21)
1. Em Marcos 9:29 é dito que ALGUNS tipos de demônios - NÃO todos - só saem com jejum e oração; em Mateus 17:20,21 diz que tal tipo de demônios não havia sido expulso também, por causa da incredulidade - falta de FÉ; a FÉ VIVA é um componente da "armadura de Deus" e corresponde ao ESCUDO (Efésios 6:16).
2. Embora o versículo inteiro de Mateus 17:21 e embora a palavra "jejum" de Marcos 9:29 não se encontrem em alguns dos manuscritos mais antigos - comentários da Bíblia de Estudos de Genebra - devemos considerar o seguinte:
PERGUNTA REFLEXIVA: O fato de alguns manuscritos serem mais antigos, significa necessariamente que sejam "melhores"?
PERGUNTA REFLEXIVA: Considerando tais versículos, a qual tipo de jejum tais versículos se referem: (a) ao jejum que agrada a Deus (Isaías 58:6-10), ou (b) ao jejum de comida literal?
*"O jejum que agrada a Deus" é abster-se da "exploração ao próximo" (Isaías 58:3), da "prática da injustiça" (Isaías 58:6), da "acusação" (Isaías 58:6 - Isaías 58:9), da "falta de amor ao próximo" (Isaías 58:7 - Isaías 58:10) e da "falsidade" (Isaías 58:9).
RESPOSTA: Os versículos NÃO especificam qual o tipo de jejum, mas devemos considerar o seguinte:
(a) Em NENHUMA passagem da Bíblia é dito que o jejum de "comida literal" nos proporciona "poder contra o mal";
(b) MAS a passagem sobre "o jejum que agrada a Deus" nos mostra que esse jejum, sim, nos proporciona "poder contra o mal", pois, além de esse jejum ser, por si só, uma abstinência da prática do mau, ao praticar esse jejum, Deus ouve e atende a ORAÇÃO (Isaías 58:9).
(c) O jejum que agrada a Deus equivale a algumas peças da ARMADURA DE DEUS; na passagem sobre o jejum que agrada a Deus (Isaías 58:6-10), observa-se que os judeus tinham FÉ, porém era uma "fé morta"; a FÉ VIVA é uma FÉ com BOAS OBRAS (amor ao próximo) (Tiago 2:14-17 - 1Coríntios 13:3); com isso, entende-se que o "jejum que agrada a Deus" equivale a algumas peças da ARMADURA DE DEUS, tais como: (a) a JUSTIÇA (couraça) (Efésios 6:14) e (b) a FÉ VIVA (escudo) (Efésios 6:16). (Volte ao topo)