Texto Receptus e Texto Crítico
→ O objetivo deste diálogo é (1) expor a forma como entendo, (2) ser auxiliado na detecção de erros ou equívocos e (3) tentar entender outros pontos de vista.
→ Caso discorde de algum tópico e queira enviar um e-mail para mim, siga as instruções abaixo:
1. Mencione o número do tópico do qual você discorda.
2. Explique, usando argumentos lógicos.
3. Fundamente o seu entendimento, com referências bíblicas (livro, capítulo e versículo).
4. Use um comentário curto e objetivo, com palavras simples, fácil de entender, a medida do possível.
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(a) Manuscritos originais NÃO existem; os manuscritos que existem são apenas cópias de cópias!
(b) É difícil imaginar que exista algum manuscrito cópia 100% igual ao manuscrito original!
(c) Com os manuscritos encontrados, tenta-se fazer uma RECONSTITUIÇÃO (RECONSTRUÇÃO, COMPILADO), da melhor forma possível!
COMPILADOS GREGOS
[1] Com relação aos manuscritos gregos do Novo Testamento, existem basicamente dois compilados: (a) o Texto Majoritário e (b) o Texto Crítico.
Deão Burgon e Scrivener defendiam o Texto Majoritário
Deão Burgon escreveu um livro em defesa do Texto Receptus chamado "The Revision Revised - A Revisão Revisada".
O Império Bizantino (= império Romano do Oriente) localizava-se, mais ou menos, na região onde hoje estão a Grécia e a Turquia
O Império Bizantino de fala grega foi preservado da invasão maometana e continuou até o século XV (quinze), quando surgiu a imprensa e, devido a isso, os manuscritos gregos do Novo testamento foram preservados, até hoje.
o Texto Grego do Novo Testamento foi preservado no império bizantino de fala grega; isso explica a grande quantidade encontrada de manuscritos bizantinos escritos em grego.
O Texto Majoritário (= Texto Bizantino) tem grande semelhança ao Texto receptus e, por isso, às vezes são considerados sinônimos, porém há algumas poucas diferenças entre os dois compilados, tais como, em Atos 8:37 e em 1 João 5:7-8.
PERGUNTA REFLEXIVA: Qual seria o melhor compilado? Qual seria o compilado mais próximo do original?
RESPOSTA: Veja, a seguir, as características de cada compilado e reflita qual deles seria o melhor.
TEXTO MAJORITÁRIO (TEXTO BIZANTINO)
O Texto Majoritário é um compilado que possui as seguintes características:
(a) Baseado em uns 5000 (cinco mil) manuscritos gregos (a maioria);
(b) Tais manuscritos NÃO são os mais antigos (séculos oito, nove, dez, etc).
(c) Tais manuscritos possuem POUCAS variantes textuais entre si;
TEXTO CRÍTICO (TEXTO ALEXANDRINO/EGÍPCIO)
O Texto Crítico é um compilado que possui as seguintes características:
(a) Baseado apenas em cinco manuscritos gregos;
(b) Tais manuscritos são os MAIS ANTIGOS existentes (séculos quatro, cinco).
(c) Tais manuscritos possuem MUITAS variantes textuais entre si;
TEXTO CRÍTICO
Texto Crítico (Texto Alexandrino/Egípcio) é o nome que se dá ao compilado do Novo Testamento baseado apenas nos cinco mais antigos manuscritos gregos do Novo Testamento (Aleph, A, B, C e D); os estudiosos que produziram compilados baseados apenas nesses cinco manuscritos foram: Lachmann (1842-1850), Tischendorf (1865-1872), Treguelles (1857-1872), Westcott e Hort (1881) e Nestle-Aland.
No século VII (sétimo), as igrejas do Norte da África (Egito) e da Síria foram eliminadas pela invasão maometana; isso explica a pequena quantidade encontrada de manuscritos alexandrinos (egípcios) escritos em grego.
Texto de Westcott e Hort
O Texto de Westcott e Hort é o texto desenvolvido por Brooke Foss Westcott (1825 - 1901) e Fenton John Anthony Hort (1828 - 1892).
Westcott e Hort consideraram como base para o seu texto APENAS o Manuscrito Aleph (códice Sinaítico) e o Manuscrito B (códice Vaticano), os quais são un dos manuscritos mais antigos que existem.
Texto de Nestle-Aland
Eberhard Nestle (pai)(1851 - 1913), Erwin Nestle (filho)(1883 - 1972) e Kurt Aland (1915 - 1994) produziram um um texto (Texto Nestle-Aland), o qual é uma junção de três textos: (1) Texto de Westcott e Hort, (2) Texto de Tischendorf e (3) Texto de Bernhard Weiss.
VARIANTES TEXTUAIS DO TEXTO CRÍTICO
→ As Variantes Textuais do Texto Crítico são as seguintes:
Os códices Aleph, B e D estão em maior discordância entre si do que com o Texto Majoritário;
As Variantes Textuais de Marcos 2 são: Aleph, B e D diferem do Texto Receptus 69,71 e 95 vezes, respectivamente; B difere de Aleph 34 vezes; B difere de D 102 vezes; D difere de Aleph 100 vezes.
As Variantes Textuais entre os quatro evangelhos entre Aleph e B são: Mateus apresenta 656 diferenças; Marcos apresenta 567 diferenças; Lucas apresenta 791 diferenças; João apresenta 1.022 diferenças; Total dos quatro Evangelhos apresenta 3.036 diferenças.
[2] As grandes diferenças entre o Texto Majoritário e o Texto Crítico são: (a) final de Marcos 16, (b) a passagem sobre a mulher adúltera (Jo 8:1-11), (c) a passagem em 1João 5.
[1] O Texto Crítico possui 62,9% de Variantes Textuais de Vocábulos.
Mateus → 59.9% de variantes
Marcos → 45,1% de variantes
Lucas → 57,2% de variantes
João → 51,8% de variantes
Atos → 67,3% de variantes
Romanos → 75,5% de variantes
1Coríntios → 75,7% de variantes
2Coríntios → 78,1% de variantes
Gálatas → 76,5% de variantes
Efésios → 76,1% de variantes
Filipenses → 70,2% de variantes
Colossenses → 72,6% de variantes
1Tessalonicenses → 68,5% de variantes
2Tessalonisences → 72,3% de variantes
1Timóteo → 81,4% de variantes
2Timóteo → 79,5% de variantes
Tito → 71,7% de variantes
Filemom → 76,0% de variantes
Hebreus → 77,2% de variantes
Tiago → 61,1% de variantes
1Pedro → 66,6% de variantes
2Pedro → 52,5% de variantes
1João → 72,4% de variantes
2João → 61,5% de variantes
3João → 73,3% de variantes
Judas → 72,0% de variantes
Apocalipse → 52,8% de variantes
TOTAL DO NOVO TESTAMENTO → 62,9% de variantes
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Fatos Históricos
Em 323 d.C., Constantino tornou-se imperador de Roma e declarou o cristianismo como religião oficial do Império Romano; antes disso, durante tempos de perseguição, os cristãos copiavam os Escritos, mas os Escritos eram queimados.
Em 382 d.C., o papa Damásio ordenou que Jerônimo traduzisse as Escrituras para o Latim, tradução conhecida por Vulgata Latina.
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Manuscrito B (= Códice Vaticano)(datado do século IV) → recebe esse nome, porque está na Biblioteca do Vaticano; esse códice possui aproximadamente 2.556 omissões (Scrivener, pg. 120, Vol. I)
Manuscrito Aleph (= Códice Sinaítico)(datado do século IV) → foi descoberto em um convento do Sinai e está no Museu Britânico; devido ao número de erros, não se pode afirmar que tal códice tenha sido escrito, com cuidado; esse manuscrito possui muitas correções; há muitas correções feitas por algum escriba do sexto século (Scrivener, pg. 93, Vol. I)
Manuscrito A (= Códice Alexandrino)(datado do século V) → foi trazido da Alexandria e está no Museu Britânico.
Manuscrito C (= Códice Efraemita)(datado do século V) → é um palimpsesto, ou seja, um manuscrito que foi apagado e reaproveitado; o texto do Novo Testamento foi apagado no século XII e, no lugar, foram escritos tratados de Efrem da Síria; felizmente, o texto apagado não desapareceu completamente e ainda pode ser lido por peritos; este manuscrito está na Biblioteca Nacional de Paris
Manuscritos D (= Códice de Beza + Códice Claromontano)(ambos datados do século VI) → O códice de Beza tem esse nome por ter pertencido a Teodoro de Beza; o códice Claromontano é um manuscrito bilíngue (grego e latim) do século VI, que contém as cartas de Paulo e a carta aos Hebreus; recebeu esse nome por ter sido descoberto em Clermont, por Teodoro Beza; encontra-se na Biblioteca Nacional da França.
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Códice Beza Greco-Latino (D) (quinto ou sexto século) - “O manuscrito sofreu correções, primeiro pela mão do escritor original, e depois por 8 ou 9 revisores.” E novamente: “Nenhum manuscrito conhecido contém tantas interpolações de caráter atrevido e extenso (600 só no livro de Atos), onde estas absolutamente não têm apoio, especialmente das versões Antiga Latina e Siríaca Curetoniana.” (Scrivener, pgs. 128 e 130, Vol. I)
A Versão Curetoriana é reconhecida como uma adulteração da Versão Siríaca, enquanto que a Peshita do segundo século, conhecida como a “Rainha das Versões”, era a versão siríaca comumente aceita. A Peshita está em concordância com os manuscritos gregos mais recentes, e provê um elo vital entre o texto usado pelos Pais da Igreja primitiva e o Texto Recebido.
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Manuscritos Alexandrinos (Egípcios).
Lista de Manuscritos Alexandrinos (Egípcios)
Sinal |
Nome |
Datação |
Conteúdo |
|
|
|
|
B46 |
Chester Beatty II |
200 d.C. |
Cartas de Paulo |
B66 |
Bodmer II |
200 d.C. |
Evangelhos |
B72 |
Bodmer VII/VIII |
Século III/IV |
1-2Pedro; Judas |
B75 |
Bodmer XIV-XV |
Século III |
Partes de Lucas - João |
Aleph |
Códice Sinaítico |
330-360 d.C. |
NT |
B |
Códice Vaticano |
325-350 d.C. |
Mt – Hb 9,14 |
A |
Códice Alexandrino |
400 d.C. |
(exceto Evangelhos) |
C |
Códice Efraemita Rescriptus |
Século V |
(exceto Evangelhos) |
Q |
Códice Guelferbytanus B |
Século V |
Partes de Lucas - João |
T |
Códice Borgianus |
Século V |
Partes de Lucas -João |
I |
Códice Freerianus |
Século V |
Cartas de Paulo |
Z |
Códice de Dublin |
Século VI |
Partes de Mateus |
L |
Códice Regius |
Séculos VIII |
evangelhos |
W |
Códice de Washington |
Século V |
Lucas 1:1-8:12; J5:12-21:25 |
057 |
Uncial 057 |
Século IV/V |
Atos 3:5-6,10-12 |
0220 |
Uncial 0220 |
Século VI |
NT (exceto Apocalipse) |
33 |
Minúsculo 33 |
Século IX |
Romanos |
81 |
Minúsculo 81 |
1044 |
Atos, Paulo |
892 |
Minúsculo 892 |
Século IX |
Evangelhos |
Conteúdo do Papiro 46 (datado do segundo século/ano 200 d.C.): Rom. 5:17-6:3, 5-14; 8:15-25, 27-35; 8:37-9:32; 10:1-11:22, 24-33; 11:35-15:10; 15:11-16:27; Heb. 1:1-9:16; 9:18-10:20, 22-30; 10:32-13:25; 1 Cor. 1:1-9:2; 9:4-14:14; 14:16-15:15; 15:17-16:22; 2 Cor. 1:1-11:10, 12-21; 11:23-13:13; Ef. 1:1-2:7; 2:10-5:6; 5:8-6:6, 8-18, 20-24; Gal. 1:1-8; 1:10-2:9, 12-21; 3:2-29; 4:2-18; 4:20-5:17; 5:20-6:8, 10-18; Fll. 1:1, 5-15, 17-28; 1:30-2:12, 14-27; 2:29-3:8, 10-21; 4:2-12, 14-23; Col. 1:1-2, 5-13, 16-24; 1:27-2:19; 2:23-3:11, 13-24; 4:3-12, 16-18; 1 Tes. 1:1; 1:9-2:3; 5:5-9, 23-28; 1 Cor. 1:13-14; 4:10; 5:7-8; 14:15; 15:50; 16:23; 2 Cor. 4:12; 6:2; 11:21-22;
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TEXTO MAJORITÁRIO/RECEPTUS
Manuscritos Bizantinos
Em 1516 AD, a primeira edição impressa do Novo Testamento grego foi publicada por Erasmo de Rotterdam (1466 - 1536). Embora Erasmo tivesse usado apenas uns poucos manuscritos gregos, o seu texto no geral concordou com 90 a 95% dos 5.000 manuscritos, ou até mais. Erasmo não utilizou o Códice Vaticano.
Entre 1516 e 1526 Erasmo produziu mais quatro edições do texto grego, e em 1550 Estéfano publicou um texto semelhante incorporando as valiosíssimas divisões em versículos; as dez edições de Beza (1565-1611) tinham pequenas variações, e o seu texto foi reeditado mais tarde por Elzevir com mínima modificação.
As duas edições de Abraão Elzevir foram publicadas em 1624 e 1633. Esta última foi o primeiro texto a ser chamado de Texto Recebido ou Textus Receptus. Este título é proveniente da declaração de Elzevir no prefácio da edição de 1633: “Agora tendes o texto recebido por todos.” Entretanto, o termo Textus Receptus pode igualmente ser aplicado aos textos de Erasmo, Estéfano, Beza e Elzevir.
A denominação "Textus Receptus" tem sua origem no prefácio da edição de 1633 (dos irmãos Bonnaventura e Abraão Elzevir) que diz em latim: Textum ergo habes nunc ab omnibus receptum, in quo nihil immutatum aut corruptum damus (Tens, portanto, o texto agora recebido por todos, no qual nada oferecemos de alterado ou corrupto). As palavras "textum" e "receptum" foram utilizadas no caso nominativo para formar "Textus Receptus".
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EM CONSTRUÇÂO
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Os MANUSCRITOS GREGOS do Novo Testamento são classificados como: Alexandrino, Ocidental, Cesareense e Bizantino. Desse total de 5745 manuscritos, de 80% a 90% são manuscritos Bizantinos.
DESCOBERTAS ATÉ 2005.
Papiros → 118 papiros
Unciais → 317 unciais
Minúsculos → 2877 minúsculos
Lecionários → 2433 lecionários (= lições dos pais da igreja: pais latinos e pais gregos)
TOTAL → 5745
Desse total de 5745