A PESHITA, A BÍBLIA EM LÍNGUA SIRÍACA

A PESHITA, A BÍBLIA EM LÍNGUA SIRÍACA

 

A BÍBLIA PESHITA

1. A PESHITA é a Bíblia em idioma SIRÍACO e, atualmente, é a Bíblia oficial das seguintes Igrejas: Ortodoxa Síria, Maronita e Igreja do Oriente (MILLER e HUBER, 2013; pag. 63). 

 

ORIGEM DA PESHITA 

2. Alguns anos antes do nascimento de Jesus, o SIRÍACO, uma língua próxima do aramaico, se desenvolveu em EDESSA e seus arredores; Edessa é a atual Sanliurfa, no sudoeste da Turquia (MILLER e HUBER, 2013; pag. 63). 

3. No primeiro e segundo séculos d.C., o Antigo Testamento hebraico foi traduzido para o SIRÍACO (MILLER e HUBER, 2013; pag. 63); quanto ao Novo Testamento, segundo a tradição, entre o ano 411 d.C. e 435 d.C. (quinto século), o bispo RÁBULA, bispo de EDESSA, mandou traduzir o Novo Testamento para o SIRÍACO (COMFORT, 2001; pag. 429) (ALAND, 2013; pag. 202), mas foi posteriormente, em 903 d.C., que essa Bíblia em idioma siríaco foi chamada pela primeira vez de PESHITA por Moses Bar Kepha; a palavra “Peshita” significa “simples” (ALAND, 2013; pag. 202). 

 

A PESHITA ORIGINALMENTE 

4. O Novo Testamento da PESHITA original NÃO continha os seguintes livros: 2Pedro, 2João, 3João, Judas e Apocalipse (COMFORT, 2001; pag. 428,429). 

5. A PESHITA era utilizada pelos dois ramos da Igreja Siríaca: os monofisistas e os nestorianos (ALAND, 2013; pag. 202), os quais pertenciam a um único ramo, mas, no ano 431 d.C. (Século V), houve um CISMA (separação) entre eles, devido à discordância sobre uma doutrina sobre Jesus e, com isso, os cristãos monofisistas – também conhecidos por “jacobitas” – se separaram dos cristãos nestorianos (COMFORT, 2001; pag. 429). 

 

A PESHITA COM MAIS LIVROS 

6. Os cristãos Monofisistas (Jacobitas), com o tempo, buscaram uma nova tradução e, com isso, no ano 508 d.C., o bispo FILOXEMO – também conhecido por Mar Zenaia – de Mabugue (485-519), concluiu uma “nova tradução siríaca”, baseando-se na Septuaginta e em manuscritos gregos do Novo Testamento,  e nessa nova versão foram incluídos os livros 2Pedro, 2João, 3João e Judas – exceto o Apocalipse – dando origem ao Novo Texto da Peshita. (COMFORT, 2001; pág. 429,430). 

 

MANUSCRITOS DA PESHITA 

7. Desde o início do século vinte, já haviam sido catalogados mais de 300 manuscritos da Peshita e depois o número de manuscritos encontrados aumentou; desses 300 manuscritos, apenas alguns trazem o Novo Testamento completo (ALAND, 2013; pag.202). 

8. Se fosse feita uma busca sistemática nas bibliotecas orientais e nas igrejas orientais, certamente o número de manuscritos aumentaria; os manuscritos mais antigos da Peshita que estão catalogados são do quinto e sexto séculos (ALAND, 2013; pag.202). 

9. Um dos mais valiosos manuscritos da Peshita existentes é o CÓDICE AMBROSIANO, datado do sexto século e contém todo o Antigo Testamento (COMFORT, 2001, pag. 430). 

10. A PESHITA possui uma leitura parecida com a da tradução do Novo Testamento para o SIRÍACO ANTIGO – tradução conhecida por VETUS SIRA – e, devido a isso, entende-se que a Peshita seja o resultado de uma ou mais revisões da VETUS SIRA (ALAND, 2013; pag.202). Existem dois manuscritos (incompletos) da VETUS SIRA, a saber, o SIRÍACO SINAÍTICO (datado entre os quarto e quinto séculos) e o CURETONIANO (datado do quinto século) (ALAND, 2013; pag.198,199,200,201).

 

 

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

A ORIGEM DA BÍBLIA; editora CPAD, 2001; Philip Wesley Comfort;

O TEXTO DO NOVO TESTAMENTO; editora SBB, 2013; Kurt Aland e Barbara Aland;

A BÍBLIA E SUA HISTÓRIA, O Surgimento e o Impacto da Bíblia; editora SBB, 2013; Stephen M. Miller e Robert V. Huber.